27.5.09

Plano de aula

Amélia
Professora/ Coordenadora
Pedagoga, graduanda em Psicopedagia pela UNIFAN
mansõesparaiso@gmail.com

Esta entrevista vem confirmar aquilo que sempre tenho falado junto aos colegas de trabalho, que todos podem aprender independente da classe e do meio em que vive, basta ter a oportunidade de conviver com o objeto de estudo é como já dizia Paulo Freire em seu livro, Pedagogia da Autonomia, “ensinar exige apreensão da realidade”.
É sabido que o ser humano é dotado de inteligência e vontade, se tiverem oportunidades e se os órgãos públicos responsáveis pela pasta da educação deixarem de brigar entre si, roubar o dinheiro publico e se voltarem para as classes menos favorecidas, teremos então uma verdadeira revolução na educação.
Portanto é importante lembrar que não basta equipar escolas, se faz necessário capacitar as pessoas para exercerem com competências suas funções dentro desta, do porteiro ao gestor, todos precisam ter consciência do que é educação e o porque de tal investimento. Os profissionais da área também precisa querer aprender e apreender o novo. Quando se trata de tecnologias nas escolas, sempre aparecem os resistentes a essa “novidade”, muito por medo de não conseguirem aprender e ter que mostrar essa “deficiência” ao aluno por considerar que este sabe mais, por ter mais oportunidade que o próprio professor.
Penso como o saudoso Paulo Freire (2001)[1], quando ele já dizia:

Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que as condições econômicas, sociais e políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre barreiras de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei também que os obstáculos não se eternizam.

A entrevistada, Léa da Cruz Fagundes[2], nessa reportagem detentora de muita experiência nessa área do conhecimento digital e das novas tecnologias educacionais já afirma que, “é preciso preparar a pessoa para que ela aprenda. Mas o ser humano está sempre se desenvolvendo. Assim, as instituições também estão constantemente em processo. Por isso, a escola não precisa se preparar. Ela começa a praticar a inclusão digital quando incorpora em sua prática a idéia de que se educa aprendendo, quando usa os recursos tecnológicos experimentando, praticando a comunicação cooperativa, conectando-se. Mas algumas coisas ainda são necessárias. Conseguir alguns computadores é só o começo. Depois é preciso conectá-los à internet e desencadear um movimento interno de buscas e outro, externo, de trocas. Cabe ao professor, no entanto, acreditar que se aprende fazendo e sair da passividade da espera por cursos e por iniciativas da hierarquia administrativa”.
Percebemos com muita tristeza e revolta que as únicas pessoas que não entendem ou não querem entender essa verdade são os políticos que brigam entre si pelo poder, se atolando cada vez mais na corrupção, na ganância, levando o país e sua população ao fracasso e ao desanimo, aonde muitos chegam a se considerarem incompetentes para determinados fins, entre estes o aprender.

[1] Paulo Freire nasceu em Recife em 1921 e faleceu em 1997. É considerado um dos grandes pedagogos da atualidade e respeitado mundialmente
[2] Gaúcha, com 58 anos de magistério, é coordenadora do Laboratório de Estudos Cognitivos do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Psicóloga com mestrado e doutorado com ênfase em informática e conferencista internacional requisitada, preside atualmente a Fundação Pensamento Digital, organização não governamental que dissemina a computação entre populações carentes.

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